
Tribunal de Luanda Condena “Man Genas” a 3 Três Anos e Meio de Prisão por Calúnia e Difamação
Luanda, 22 de Outubro de 2025 – O Tribunal da Comarca de Luanda (TCL) pôs fim, esta quarta-feira, ao mediático julgamento que opôs o antigo Ministro do Interior, Eugénio César Laborinho, ao cidadão Gelson Manuel Quintas, popularmente conhecido como “Man Genas”.O ativista foi condenado a uma pena de três anos e seis meses de prisão efetiva pela prática dos crimes de calúnia e difamação. A sentença foi lida hoje, confirmando a responsabilidade de “Man Genas” pelas acusações graves disseminadas através das redes sociais.Gelson Manuel Quintas foi levado à barra do tribunal após ter usado plataformas digitais para alegar que o ex-ministro Eugénio César Laborinho e o ex-diretor-geral adjunto do Serviço de Investigação Criminal (SIC), Fernando Receado, estariam envolvidos em redes de narcotráfico, classificando-os como “barões da droga” em Angola.O Desfecho JudicialA decisão do juiz Inocêncio Mwata, que conduziu o processo, valida a queixa apresentada pelo ex-ministro Laborinho. O queixoso, representado por uma equipa de advogados assistentes, argumentou em tribunal que as acusações de “Man Genas” não só mancharam a sua reputação nos órgãos de defesa e segurança, como faziam parte de uma rede criminosa concertada para o difamar.Ainda que a condenação de “Man Genas” tenha sido confirmada com detalhe, o desfecho processual para a sua esposa, Clemência Suzeth Vumbi, também arguida no mesmo processo, ficou a ser conhecido na mesma sessão, embora os detalhes da sua sentença não tenham sido imediatamente divulgados.De referir que “Man Genas” estava detido em Luanda desde a sua expulsão administrativa de Moçambique, em 2024, onde se havia refugiado depois de ter tornado públicas as denúncias sobre o alegado envolvimento de figuras policiais angolanas no narcotráfico. A condenação de hoje encerra um capítulo legal que gerou intensa discussão pública sobre os limites da liberdade de expressão e a proteção da honra em Angola.