
As projeções sombrias do Banco Mundial para o preço das commodities comercializadas em grande escala, como os alimentos, a energia e os metais
O fraco crescimento económico coincide com a ampla oferta de petróleo, o que pode reduzir os preços globais das commodities para os níveis mais baixos da década de 2020.

De acordo com o mais recente relatório Commodity Markets Outlook do Banco Mundial, essa redução pode ajudar a moderar os riscos de inflação decorrentes da intensificação das barreiras comerciais no curto prazo, mas também pode afectar negativamente as perspectivas de progresso económico em duas de cada três economias em desenvolvimento.
“Os preços globais das commodities vêm caindo desde 2023, o que tem ajudado a conter a inflação geral em todo o mundo. Por exemplo, o aumento dos preços da energia acrescentou mais de 2 pontos percentuais à inflação mundial em 2022. Em 2023 e 2024, no entanto, a queda desses mesmos preços ajudou a reduzir a inflação”, lê-se no documento.
O relatório explica, ainda, que a tendência de queda se deve intensificar este ano de 2025, com o potencial de mitigar parte dos efeitos do aumento das tarifas nos preços nas principais economias. O Banco Mundial projecta que os preços da energia cairão 17% este ano, chegando ao patamar mais baixo em cinco anos, antes de cair mais 6% em 2026.
Para o “ouro negro”, estima-se que os preços do barril de petróleo Brent cheguem ao valor médio de US$ 64 em 2025, uma redução de US$ 17 em relação a 2024 e a apenas US$ 60 em 2026, cenário que será provada pela oferta global de petróleo que deve exceder a demanda em 0,7 milhão de barris por dia.
No derivado do petróleo, espera-se que o preço do carvão caia 27% este ano e mais 5% em 2026, com a desaceleração do crescimento do consumo de carvão para geração de energia nas economias em desenvolvimento.