
Complexo Hospitalar Pedalé contribui para um Sistema de Saúde Moderno
Treze anos depois do lançamento da primeira pedra, o Complexo Hospitalar Pedro Maria Tonha “Pedalé”, em homenagem ao General de Exército, abriu as portas ao público, com serviços de alta qualidade para o tratamento de AVC agudo e cancro da mama com menor radiação.
A unidade sanitária foi inaugurada, ontem, pelo Presidente da República, João Lourenço, que expressou sentido de dever cumprido, após sucessivas visitas de constatação e obstáculos ultrapassados.
Em declarações à imprensa, o Titular do Poder Executivo justificou o sentimento pelo facto de “termos vencido os diferentes obstáculos que encontramos desde o primeiro contacto com este hospital, ainda em construção, desde o mandato passado. Treze anos dizem tudo”, sublinhou.
Acompanhado pela Primeira-Dama, Ana Dias Lourenço, o Presidente lembrou que desde o lançamento da primeira pedra, em 2012 até hoje, significa que “se não conseguimos construir esta unidade, em tempo útil, é porque houve problemas de vária ordem”.
O primeiro grande desafio, apontou, foi tirar a unidade hospitalar da Casa Militar e colocá-la ao serviço da população em geral. “Entendemos que os militares precisavam de um bom hospital, já a Casa Militar não tem necessidade de ter hospital, porque fazem uso do Hospital Militar”, aflorou.
Nessa ordem, o segundo passo foi o de concluir a execução da empreitada em tempo útil, o que não foi possível, situação que forçou a substituição do empreiteiro, referiu. Ao recordar o processo de construção até à conclusão da empreitada, João Lourenço frisou que desde a substituição do empreiteiro, a obra ganhou outra velocidade, resultando na inauguração da unidade.
Desafogar Luanda
Quanto à execução de projectos hospitalares, dentro da estratégia para desafogar Luanda, sobretudo a nível de tratamento de alta complexidade, João Lourenço recordou, neste particular, que infra-estruturas de grande porte não estão a ser construídas apenas na capital.
Para o efeito, apontou a expansão dos serviços de saúde por quase todo o país, como resposta para se evitar que grande parte dos doentes congestione as unidades da capital. O Presidente da República frisou que a estratégia de construção de infra-estruturas hospitalares do Executivo procura criar “um cinturão” de protecção à capital do país, nas periferias e nas províncias, tendo sido já construídas unidades de grande porte e de nível terciário.
A título de exemplo, apontou os hospitais de Caxito, do Sequele, do Sumbe, de Ndalatando e o do Cunene.
Para o Titular do Poder Executivo, as unidades referenciadas acabam por servir de “zona de tampão” para conter os pacientes que viriam do interior com destino à capital.
Em Luanda, salientou, se está a ampliar o número de unidades de nível terciário e não só, por se tratar da maior urbe, com uma população acima dos 10 milhões de habitantes.
O número de hospitais ainda não é o suficiente, disse, acrescentando, para o efeito, a conclusão da reabilitação do Hospital Américo Boavida, no próximo ano, que passará a ser o maior do país, com uma capacidade para 600 camas.
No quadro das infra-estruturas hospitalares, João Lourenço apontou ainda o grande Hospital dos Queimados do Kilamba, que se prevê inaugurar já no próximo ano, bem como outras unidades que estão a ser construídas e outras que beneficiam de reabilitação no interior do país.
Alerta contra o surto do vírus da ébola
O Executivo está em estado de alerta para garantir que o surto do vírus de ébola, que aflige a vizinha República Democrática do Congo (RDC), não transponha a fronteira e se espalhe em território nacional.
A garantia foi avançada pelo Presidente João Lourenço, referindo-se em particular às províncias mais ao Leste do país, com destaque para a Lunda-Norte, que faz fronteira directa com o Kasai Norte e Sul, na vizinha República Democrática do Congo.
Questionado sobre as acções concretas para tornar mais robusta a Estratégia Nacional de Prevenção e Combate às Epidemias e Grandes Endemias, o Titular do Poder Executivo disse que o ideal “ é não pensarmos no tratamento, mas sobretudo na prevenção”.
Ao fazer menção dos casos de cólera que ainda se verificam no país, João Lourenço disse que “é com satisfação que constatamos que o número de mortos é quase nulo”. Para o Chefe de Estado, os dados actuais demonstram que a cólera está controlada.
Formação de quadros
Depois de ter visitado, por mais de duas horas, cada compartimento do novo Complexo Hospitalar, localizado no município da Samba, João Lourenço reiterou a aposta na formação contínua dos profissionais de Saúde.
“Vamos continuar a formar, quer seja no país, quer seja no estrangeiro, sobretudo nas especialidades”. Nesta ordem, fez saber que o Governo está a executar, com algum sucesso, o programa para a melhoria da assistência médica e medicamentosa aos cidadãos, reduzindo consideravelmente recursos que eram gastos com a transferência de doentes para o exterior, até por razões não muito justificáveis.
João Lourenço disse que o investimento hospitalar e na formação local de quadros tem resultado, com recurso às universidades e hospitais de nível, que funcionam, também, como centros de formação, com destaque para o Cardeal Dom Alexandre do Nascimento, Azancot de Menezes e Emílio de Carvalho.
“Todos estes são unidades de formação prática dos nossos profissionais”, destacou.